A ecografia é um meio complementar de diagnóstico que usa ondas sonoras de alta frequência que viajam pelo corpo, originando imagens dos órgãos e dos tecidos, como explica a Urology Care Foundation. Não implica radiação, nem é prejudicial à saúde. Demora entre cinco e dez minutos, pode ser feita a adultos (incluindo grávidas) e crianças, e abrange uma grande multiplicidade de órgãos, como é o caso do fígado, baço, pâncreas, por exemplo. Também pode ser utilizada na avaliação musculoesquelética (joelhos, ombros, tornozelos, entre outros).

A ecografia é uma ferramenta importante no diagnóstico de doenças do sistema urinário?

Sim. Como explica o urologista Ricardo Pereira e Silva, trata-se de uma “ferramenta essencial que permite a visualização dos rins (eventualmente também dos ureteres) e da bexiga, sendo frequentemente um exame de primeira linha na avaliação dos doentes urológicos.” E acrescenta: ”Também a ecografia da próstata poderá ter um lugar na investigação dos sintomas urinários no homem. Esta é geralmente efetuada com recurso a uma sonda transretal (inserida no reto).”

Segundo a Urology Care Foundation, as ecografias mais comuns ao sistema urinário concentram-se nos seguintes órgãos:

  • Bexiga
  • Rins
  • Testículos /escroto
  • Próstata

Como é que se faz uma ecografia?

Durante o exame, o técnico começa por aplicar um gel na área a ser examinada. Este produto – fácil de remover – evita que eventuais bolsas de ar possam bloquear a passagem das ondas sonoras que são fundamentais para a realização da ecografia. De seguida, o profissional de saúde utiliza um transdutor, um dispositivo que pressionado sobre a pele recolhe informação necessária à criação das imagens sobre a zona em análise.

Que doenças do sistema urinário podem ser diagnosticadas graças à ecografia?

É vasto o leque de patologias que podem ser detetadas com uma ecografia. “Permite diagnosticar doenças tão distintas como cálculos renais (pedras nos rins), dilatação dos rins, hiperplasia da próstata ou mesmo tumores do aparelho urinário”, explica o médico, que considera a ecografia “um exame de primeira linha perante sintomatologia e patologia diversa do aparelho urinário”. E acrescenta: “Como a ecografia vesical (à bexiga) é feita com este órgão cheio permite medir indiretamente a sua capacidade, o que pode contribuir para o diagnóstico de bexiga hiperativa. Em situações em que a sensibilidade da bexiga está diminuída e a bexiga não esvazia corretamente, a ecografia pode permitir confirmar este diagnóstico”.

É um exame indolor?

Na maioria dos casos, sim. A ecografia aos rins e à bexiga é totalmente indolor, diz o médico. “Apenas a ecografia prostática transretal pode causar um discreto desconforto (aquando da introdução da sonda), mas que é perfeitamente tolerável”, explica.

É necessária preparação antes do exame?

Depende da ecografia, explica o urologista Ricardo Pereira e Silva. A renal não exige preparação. Por outro lado, se o órgão a ser examinado for a bexiga, obriga a que a mesma esteja cheia – daí a necessidade de ingerir água ou outros líquidos, uma a duas horas antes.

 

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